sábado, 3 de dezembro de 2011

Empalideci...





Tudo o que quero é voltar ser eu mesma outra vez
Empalideci, até minhas lágrimas são foscas, secas e rasgam meu rosto
Faz tempo que não sei o que é de fato  sorrir
e se sorrio é de nervoso , de desgosto
e choro em seguida um choro compulsivo
Mas não posso dizer nada
silenciosamente minha dor é sentida
Desconheço-me
perdi o desejo de cantar...
E se falo ? É porque ainda preciso
Ah! Como me incomoda o silêncio barulhento dentro de mim...
E a dança?
Minha dança são lembranças, tão distantes que nem sei...
Perdi o equilíbrio nos giros e rodopios...
Pendurei minhas sapatilhas de pontas na porta do guarda roupas
junto com os adereços de meus cabelos
Meus longos cabelos? Cortei-os com a desculpa de deixá-los mais modernos
Mas isso não é verdade, pois não se achava mais beleza em mim
Ou apenas desconhecia
O espelho que antes era meu amigo, agora parece desconhecer-me
Minhas rosas desbotadas,cálidas
Esforçam-se para que perceba seu perfume
Fui  roubada de mim mesma
e os sonhos?
ainda quando me apetece reviro meus baús
Mas tudo parece tão antigo, tão distante  e quase inadequado
E o que restou de mim, dentro de mim?
Quando leio as poucas poesias que restaram
Admiro a mulher que a escreveu
Sensível, forte, cheia de vida e esperança
cheia de sonhos de criança
A princesa que cresceu tão enclausurada que se perdeu dentro de si
que esperou a vida toda por um príncipe que não a regatou
e talvez nunca chegará
Porque faltou-lhe coragem para saltar a janela da torre
O medo da liberdade fora assustador
e agora o tempo pesa, mas o peito ainda grita
e aquela menina cheia de sonhos é olhada no canto
Enquanto a que envelhece se esvai em prantos
E teme não acreditar que a esperança de fato não acaba, apenas adiada
Espera ser abraçada, espero que esta ainda seja eu





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